domingo, 5 de abril de 2015

Que novidade haveria em novo amor
senão a antecipação do desconhecido,
o navegar em litorais de novas curvas
e rochedos inesperados, praias mansas,
para enlevo dos olhos e curiosidade
do tato em apelo de urgente excursão?

Como, depois de tantas viagens a corpos,
ciceronado ou desbravando à revelia,
recuar, alheio e distante, comedido,
em antecipação de arrependimento
do que poderia ter sido e se contraiu,
sacrificado ao que se queria e não teve?

Entre a intenção e o ato navegam sonhos,
antecipações que se realizam ou  morrem,
murcham, como uma flor prematura e só,
imprópria ao sol e aos insetos, sem odor,
sem forma, sem cor... Indiferenciada,
sem se saber se pedra ou folha, pura dor,
nada.

Francisco Costa
Rio, 29/08/2014.

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