domingo, 5 de abril de 2015

É deste amor infindo que te amo,
não do amor vulgar e comum,
que se basta em palavras e gestos
e se anuncia em cios e desejos.

Amo-te desmedido, sem limites, total,
constelado nas intenções mais puras,
em doação de mártir em holocausto,
de herói pronto ao sacrifício, à morte
que se se manifesta na tua ausência,
escuridão de silêncios e desesperos.

És dádiva, dívida sem vencimento
porque não afeita a pagamento,
como os entardeceres de sombras,
os pombos mariscando no quintal,
um sorriso de criança desconhecida,
ponte entre a pureza e o instante.

É desse amor que te amo, indefinido
porque diferente, único, só meu,
como o corpo em que me faço teu,
cálice que me contém apaixonado.

Venero-te tão intenso e completamente
que isto já não é paixão, mas religião,
credo em que me encontro submisso
e me realizo maior, integralmente,
como os lírios que florescem anônimos,
desimportados, sem saberem disso.

Não és princípio, meio ou fim
porque o tudo presente
marcando, latejando em mim.

Francisco Costa
Rio, 02/03/2015.

Um comentário:

  1. Amar em silêncio sem palavras , sem rumos , sem destinos .
    Amo por amor em si e por si o próprio amor .
    O amor que acalenta , almeja e esvoaça , por ti o amor
    amor de quietude , de leveza e sem prumo,
    Onde lá de fora não haja , desiludidos.
    amo o amor em golpes de brisa , com cheiro de grama e chuva , amo o amor
    O amor não dói , apenas sussurra e constrói o amor por toda gente
    que venham ao encontro da mais simples e pura vida tão esperada e buscada .
    Das lutas que venham , todos em amor e por ti amor .

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