domingo, 5 de abril de 2015

DELÍRIO

Pronto ao precipício,
ao espaço
que engolfa e redime,
aparta
lucidez e inconsciência,
em mergulho
inexorável e definitivo,
assisto-me,
vulto em desalinho
nas escarpas
que não me conterão
suicida
prestes ao teu corpo.

Múltiplo em um,
agora
vago em vácuo,
redemoinhos,
em queda livre,
quase asfixiado
na luxúria da chegada,
fim último do que cai
e se faz espasmo,
no delírio posto
num orgasmo.

Francisco Costa
Rio, 27/01/2015.

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