domingo, 5 de abril de 2015

Amo-te de amor tanto e tão desmedido
que mais amar eu não conseguiria.

Essência que a mim se impõe, esse amor
dissipa penumbras e escuridões, colore
o que se pretendia cinza e obscuro,
mal delineado, semeando vontades.

Isso que me habita e de mim me rouba
só pode ser amor, esse não se sabe o que
impondo as suas leis e vontades,
reduzindo-nos, instrumentos de desejos,
a desejo único, ser o outro, estar no outro,
como se o outro, tudo, a claridade posta
nas manhãs que contêm o mundo.

É desse amor que me sofro e me morro,
ardendo chamas que me consomem
um corpo limitado atrás de complemento,
um coração que, por amor, não cabe em si,
abarcando tudo, do nada ao infinito
porque todo o infinito reside em ti.

Francisco Costa
Rio, 22/02/2015.

Um comentário: