sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Ninguém está obrigado
A produzir provas contra si.
Está na lei e cumpro.

Não direi, então, eu te amo
Ou confessarei noites insones,
Vagando entre o escuro e as estrelas,
Determinado a procurá-la, imediato
E solícito, em capitulação de apaixonado.

Não admitirei poemas escondidos,
Clandestinos porque provas,
Testemunhos de um coração culpado,
Recusando-se a confessar eu te amo.

Não assumo as culpas que tenho
E assentir com as acusações nem pensar.

Permanecerei calado, em mutismo
De culpado arrependido,
Chorando em versos.

Passado o tempo, vencidas as provas,
Por decurso de prazo ou esquecimento,
Aí sim, estarei pronto para repetir o delito,
E no delito confessar: um dia eu te amei!

Francisco Costa

Rio, 05/12/2014.

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