Beije-me
agora,
Antes que o
véu da noite me ausente,
Me arraste
para o eternamente,
Sem que eu
tenha experimentado.
Beije-me,
ainda que sem sofreguidão,
Um beijo
mais de amigo que de amante,
Mas o
bastante para matar a aflição.
Beije-me,
ainda que só um roçar de lábios,
Simples
toque distraído e passageiro,
Mas
suficiente para reerguer-me inteiro,
Mais que
dois lábios desejosos, ansiosos,
Em
angustiada espera, com medo
De secarem
saudosos.
Francisco
Costa
Rio,
05/12/2014.
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