quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Beije-me agora,
Antes que o véu da noite me ausente,
Me arraste para o eternamente,
Sem que eu tenha experimentado.

Beije-me, ainda que sem sofreguidão,
Um beijo mais de amigo que de amante,
Mas o bastante para matar a aflição.

Beije-me, ainda que só um roçar de lábios,
Simples toque distraído e passageiro,
Mas suficiente para reerguer-me inteiro,
Mais que dois lábios desejosos, ansiosos,
Em angustiada espera, com medo
De secarem saudosos.

Francisco Costa

Rio, 05/12/2014.

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