domingo, 16 de novembro de 2014

Teu auge já se deu,
Teu apogeu já aconteceu,
Quando não sabias das diferenças
E da individualidade, dos desejos
E idiossincrasias, de todo o falso
Ensinado, amestrando-te para o social.

A família, a escola, a igreja despiram-te
Do que tinhas de melhor, revestindo-te
Com os tecidos da conveniência, as peças
Que te ordenaram ser passivo e quieto,
Ovelha a mais, branquinha, no rebanho.

Valias mais quando não tinhas respostas,
Mas só perguntas: por que, como, onde...
Curioso e crítico, inocentemente atento.

Agora a tua atenção morreu, teu mundo
Começa e termina no próprio umbigo,
Eixo do universo e suporte de tudo.

Éramos muito maiores
Quando éramos menores,
Crianças.

Francisco Costa

Rio, 15/11/2014.

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