terça-feira, 18 de novembro de 2014

Perdão por esse jeito desajeitado,
A inconstância no humor,
Essa maneira sem graça de ser tímido,
De me esconder no silêncio e no sorriso,
Parecendo estar alheio e distante.

Perdão pela redoma a que me imponho,
Entre plantas, livros e letras, caladão,
Em conversa íntima e pessoal com o nada,
Como se em véspera de um parto proibido,
Quase clandestino de mim, escondido.

Perdão por esses valores estranhos,
Sem valor nos mercados e shoppings,
Como que erguidos de muito antigamente,
Persistindo fora de época e de oportunidade,
Um cadenciado bolero num festival de rock.

Perdão por eu ser assim, doido em dissonância,
Parcial, estranho, um tanto estabanado,
Sem ter como te dizer eu estou apaixonado.

Francisco Costa.

Rio, 17/11/2014.

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