sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Jamais pensei, sequer desconfiei,
Que nesta altura da vida,
Contrariando um histórico de exageros
Em corpos do sexo oposto,
Eu iria me apaixonar por um homem.

Surpreendido e gratificado, rendo-me
Ao olhar doce e encantado de Leone,
O que me esperou por meio século,
Certo de que eu guardaria o melhor,
O que retive obstinado, quase em avareza,
Para oferecê-lo, em culto de puro amor,
Sagrada e visceral necessidade para existir.

Súbito, contrariando a ordenação de tudo,
Saído de um sonho inimaginado, surreal,
Desses que nascem em contos de fadas,
Foi-me dado o alimento para a sobrevida,
Leone, combustível para mais versos e risos,
Tardio filho, temporão para mais diferente,
Mais que uma luz no fim do túnel,
O próprio túnel por onde caminho,
Rejuvenescido e orgulhoso ao ouvir “papai”.

Francisco Costa

Rio, 21/11/2014.

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