quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A monotonia das ondas no rochedo,
Em plágio ao relógio na cômoda,
Ao batimento cardíaco do tranquilo,
Pendular e previsível como pérolas
Enfileiradas no colar da senhora
Tricotando as malhas do entardecer.

A monotonia da brisa morna de verão,
Entre o alpendre e as folhas no jardim,
De voo de cruzeiro em céu azul e claro,
Do silêncio nas manhãs de domingos,
Dos mantras e louvores religiosos
Entristecendo a existência e os dias.

A monotonia modorrenta e com sono,
Alimentada de ausências e saudades,
Concreta e sempre presente, diuturna,
Como música ao contrário, ausência
De cores e vontades, num estar só
De quase distanciamento de si próprio.

A monotonia,
Simplesmente a monotonia
Habitando tudo o que se queria
Mais que monotonia.

Francisco Costa

Rio, 01/11/2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário