terça-feira, 17 de junho de 2014

Quando me descobri poeta?
Pelas mãos de meu avô,
Diante do chafariz público.

Naquela época eu ignorava
A natureza da luz, dos fótons
Bombardeando minhas retinas,
Coisa de comprimentos de ondas,
De amplitudes e refrações,
Dispersões e reflexões
Saídas do dicionário de Deus.

Sob a água havia faróis, lâmpadas
De muitas e variadas cores,
Apontados para os esguichos ,
Fazendo-me crer a luz
Coisa concreta, material,
Encarnada na água.

Mais tarde aprendi a escrever,
E que a escrita é limitação.
Só escrevemos a aparência,
A essência está no coração.

Hoje a luz não me é segredo,
Mas o meu coração...
Esse aprendeu ainda menino
Que não se bastaria nos olhos,
Que viveria em degredo,
Farejando todas as razões
Das emoções,dos sorrisos,
Das lágrimas, do medo.

Francisco Costa
Rio, 03/06/2014.

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