terça-feira, 17 de junho de 2014

Invernaram o meu outono,
Cobrindo-o com chuvas,
Névoa, sereno, cobertores.

Agora te recordo nua,
Encostada na porta,
Derramando sorrisos.

Sempre afoita, impaciente,
O quarto te anestesiava,
Reduzindo a usina de carícias,
Lentas e gradativas, suaves,
Para explodir em contorções
E gemidos, palavras soltas,
Rendição de fêmea cansada.

Mas súbito o sol se escondeu,
Eclipsado em nuvens e chuvas,
Névoa, sereno, cobertores...
Em anúncio de nova estação,
A de cultivar saudades e dores.

Francisco Costa.
Rio, 28/05/2014.

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